sábado, 23 de abril de 2011

Era uma adolescente e a escolha do futuro.

Oito, nove, dez. Lá ia eu, atrás da realidade que tive que construir às preces de uma crise de identidade. Não sabia o que eu iria vestir para ir à e escola e as pessoas estavam me pressionando para saber o que eu iria querer fazer pelo resto da vida. Quero dizer, quando se tem 17 anos você quer alguma coisa que lhe dê prazer em fazer, mas você tem que pensar também em ter dinheiro. Pode ser que não compra felicidade, mas compra sim saúde e bem estar.
Estava eu, com todos os meus livros em cima da cama e eu não sabia mais o que fazer com medo e nervosismo excessivo perante as vésperas do vestibular. Estudei como uma condenada e me vi conseguindo achar uma resposta plausível para todas as questões. Aliviada cheguei ao fim do livro que eu chamava de prova com satisfação em te-lo lido por completo. A redação tinha um tema sugestivo, as imagens do mundo. Soltei o verbo, ou a mão nesse caso. E disse em como a vida hoje é representada de maneira fútil e abstrata.
Chegando em casa revirei todos os meus livros e reli todos com um lápis à mão, sendo eu mesma a editora de cada um deles, com as minhas partes preferidas e as irrelevantes. Levei alguns minutos para perceber o quanto era aquilo que me fazia feliz. Pois bem, passei na faculdade que meus pais tanto queriam e me esforçava ao máximo. Mas quando vampiros com sangue e suas guerras contra os espíritos de suas vidas não saiam de minha cabeça vi que eu deveria por tudo isso pra fora.
Escrevi por dia seguintes, e então em uma incessante vitória eu consegui que algumas editoras lessem o que eu escrevia. E acharam semelhante, cópia e parado. Eu não gostei. Reli meu texto e acha que estava tudo sempre do jeito que eu tinha imaginado. As imagens na minha cabeça estavam ali descritas, como aquilo poderia estar errado?
Desisti por medo de que eu fosse somente uma perda de tempo ficar vivendo um sonho de criança. Voltei-me a faculdade e me apaixonei. Com o amor perdido, dei-nos um livro, mas nós merecíamos sim um final feliz. No fim encontrei meu primeiro livro. Era tudo tão amador, tão detalhado com a minha visão sem conhecimento de mundo.
Reescrevi sendo a editora dele mesmo, colocando palavras e destacando os meus trechos preferidos, e me vi aceita em uma editora. Um livro publicado, meu nome na capa e minhas imagens representadas em palavras.
Vivo da inspiração e vivencia dos outros. Eu escrevo com as idéias mandadas para mim por fãs, porque minha inspiração acaba na esquina em que eu parei por enquanto. E eu posso imaginar a esquina da vida de todos eles quando me contam, o que é maravilhoso. Inspirador. Lindo é o que todo aquele escritor faz, escreve o que conhece e o que desconhece com a maestria de quem domina o mais lindo dos dons. A criatividade.

Mais uma pauta para o Bloínques, mas desta vez eu só fiz por capricho, porque eu realmente tenho esse sonho de menina de publicar um livro. Haja imaginação, não? Mas o tema de redação escrito, realmente aconteceu na Fuvest e esta história de dar a nós um final feliz é de um filme, chamado Suburban Girl muito bom por sinal. Quanta referência, eu sei, mas como disse Samuel Johson:"A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro". Irei parar de falar, é só que estou feliz por escrever de novo.

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