quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sol de inverno.

Está começando a fazer frio, e nada nesse ano lembra Mily do passado. Tem feito tudo na maior dedicação que pode: estuda, organiza suas coisas e se esforça para fazer parte da vida dos amigos. Não sobra tempo livre para sua mente vagar por ai. A não ser no banho, sim, porque quando a água do chão quente demais contrasta com a temperatura do dedo dos pés e o cabelo começa a cair no rosto ela não se importa de não enxergar mais. Quer esquecer de esquecer, reviver os minutos e os segundos. Todos os banhos que tomava para se arrumar e os que cantava para estravasar toda a felicidade que sentia.
Na cama, a mente não vagava para o lado negativo. Como se o travesseiro a lembra-se ela sonhava com um amanhã de amores, quando esse outono passar e o inverno finalmente acabar. Quem sabe não seja das flores que ela sente falta, ou do biquíni. Essas roupas que a deixam parecendo boneco de neve não andam ajudando. Mily tenta. Ah se tenta. Se recusa a pensar no que vai fazer amanhã. Faz tudo hoje, pra viver sem medo todos os medos e tentar concertar os defeitos. É a nova ela. A terceira que ela tentou, sempre há aquelas três fazes que ela não sabe pular.
Primeiro ela não acreditava no fim, e sim num recomeço; ia provar que podia e que merecia. Mas ao mesmo tempo tão triste, e sem força não queria mais ver dois palmos a sua frente que não fossem a solução. A segunda, a pior - e ainda bem a mais curta - durou algumas semanas. Pensava que era o jeito de fazer as coisas se concertarem, fez vários amigos - que com certeza não irá deixar para trás na terceira - e se divertia sem um pingo de razão. Nada, nem tomava cuidado ao andar: que o mundo me traga o que me é de direito. Mily sabia que era errado, e acordou. Com um empurrão forte demais que doeu, mas acordou. Tem feito tudo na maior dedicação que pode: estuda, organiza suas coisas e se esforça para fazer parte da vida dos amigos. Não sobra tempo livre para sua mente vagar por ai. Se vagar, ela tem medo de voltar ao primeiro e o ciclo vai recomeçar.
Ela tem feito um ótimo trabalho. E melhora a cada dia, mesmo nos piores, ela fica um pouco mais forte. Músicas no CD que a lembram do passado a fazem sorrir e não mais triste, porque sem medo de que o mundo lhe tenha prometido ela vive. Ah como tem vivido. Como uma nova ela, melhor, com experiências. Crescida.
Hoje está fazendo sol e Mily está com somente uma blusa de lã além de da de manga-cumprida. Nada de boneco de neve, e o cabelo preso em um coque. Quem sabe não seja um aviso. Mily adora quando as coisas parecem lhe avisar. Intuição, mas quem sabe não dê tudo certo.

Finalmente satisfeita com a foto - que é a única coisa que eu fico 100% feliz, porque de resto é sempre imperfeito-. E estou começando a escrever algo novo, mais para uma história que apenas um texto. Quem sabe eu não poste aqui ele! Finalmente a escola deu um tempinho pra gente respirar, mas tudo acaba na quarta-feira. Não gosto de fins. Boa semana para todos!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O amor é cego.



Ela tinha o tempo contado, não de vida, mas para ir embora. E como sempre estava ali, do lado dele, enquanto ele lhe disparava palavras que arrancavam o coração dela. Não eram direcionadas a ela, e sim aquela outra que quebrou o coração dele. Como o melhor amigo. E enquanto ela ouvia ele gaguejar pela dor na garganta ela queria chorar com ele.
É horrível ver alguém que você verdadeiramente ama chorar, mas é pior quando se sabe que pode concertar aquilo, mas não pode. O querer e não poder, coisa de criança estúpida que quer mais que a mão pode agarrar. É isso mesmo, ela queria ele. Demais para ela, perfeitamente imperfeito, feito com todos os defeitos e qualidades que o faziam extremamente especial.
E ela o esperou, ele se recompôs. Fez-se caras de felicidade e continuaram o caminho sem medo de que um dia fossem se separar. Ele se apaixonou de novo, e quebrou o coração da garota. "Estou apaixonado" ele dizia como nunca havia dito antes, e os olhos nas nuvens enquanto passeavam por ai para matar o tempo que sobra.
Uma esperança gritante era o que ela tinha no fundo do coração. 'Pode ser você!', ela dizia com a maior força que seu tamanho permitia. Mas a mente racional e pé no chão demais de Melissa esmagou-a com trilhões de memórias dentre os beijos e amores passados. O tempo que passou sozinha enquanto ele se divertia, e o que tinha que ouvir por ter ficado sozinha. Era a solidão e a importância tremenda que ela dava a Jack.
Ele compensava com tardes inesquecíveis, palavras sinceras e ombros amigos sem questionar o motivo do choro. Ele sabia mais do que ninguém que ela era quieta em seu canto e que nada nem ninguém manipularia ela para algo que não quisesse. Ele percebeu isso tarde demais. Esse era o medo de Jack que fosse tarde demais para se acostumar com os defeitos dela, que Melissa estivesse já enjoada dos seus e que ele a apreciasse sem um retorno.
Melissa olhava nos olhos de Jack meses depois do episódio em que ele havia terminado o último namoro e ele contava a ela como queria poder estar com ela o tempo todo. Porque tudo fica mais fácil, menos confuso e ela é linda. Um erro, uma palavra e um sorriso.
Na soma de tudo, um beijo. Que mudou o caminho que eles faziam para matar o tempo e as conversas e tardes. Mudou tudo, porque eles estavam apaixonados. Sempre estiveram, era só o medo de encarar.

Quando dizem que o amor é cego, não se deve levar só para o lado negativo. Se encherga os defeitos, e os aceita. Não se cega ao modo como as vezes acontecem erros, se perdoa. E tantas vezez há uma procura incessante lá fora pela pessoa certa, e se cega à quem já está dentro do seu coração.

sábado, 30 de abril de 2011

Saindo da rotina.

Não, eu não estou aqui para postar um texto quase-triste e sempre escrevendo sem muito sentido aparente. Deve ser assustador, mas quem sabe a gente não comece a se acostumar, certo? Espero que sim. Brincadeiras a parte, recebi um selo da Victória Lopes!

Responder:
  • Nome: Giovanna Buono
  • Uma música: só uma? Another Day - Paramore
  • Humor: negro
  • Uma cor: rosa-bebê, meio puxado para o laranja. Como o título do meu blog
  • Uma estação: primavera!
  • Como prefere viajar: de preferência ouvindo música. Seja viajar para algum lugar concreto ou nos meus pensamentos mesmo, rs.
  • Um seriado: Gossip Girl (como qualquer apaixonada por drama e moda, BLAIR!)
  • Frases ou palavras ditas por você: "Não espere pessoas, não espere o material, procure a intenção, corrija o erro"
  • O que achou do selo: muito fofo!
Vou indicar para cinco blogs que eu sempre fui completamente apaixonada:

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Seguindo em frente

- Como você espera que eu ainda seja a mesma pessoa? Meu pai morreu, e antes disso, você me deixou. Não tem como trazer a sua namorada de volta, porque adivinha? Eu não sou mais. Eu nunca acreditei no destino, e ai te entreguei o meu, você ia escrevendo minha história e eu só vivia ela. Aceitando. Estúpida. Eu deveria saber, que você não iria cumprir tudo o que me prometera, e ainda ficava bravo quando eu passava e falava com você. Estúpido.
Josh olhou nos olhos de Malanie que sorria de um jeito sínico com lágrimas nos olhos, que ela se forçava para esconder. Porque não era tristeza e nem saudade, era ódio. Dela mesma, como poderia ter entregado seu coração aquele? Sua mãe a tinha avisado, mas ela queria ficar com ele para fazer o pai feliz. O pai que havia morrido, acreditava que ela não podia ficar sozinha, porque quando ele morresse ela precisaria de alguém.
Melanie tomou as palavras se seu pai as suas e acreditou piamente em tudo. Seu jeito de sorrir e de andar, ela era tudo que as pessoas queriam que ela fosse. Perda de identidade adolescente, como ela era hipócrita, sempre achando que aquilo não aconteceria com ela quando lia livros meramente ficticios.
- Melanie, eu não quero te iludir mais, tudo isso que passamos, significou muito. E eu ainda gosto de você, não deveria ter te deixado, mas eu precisava viver um pouco, para saber que era com você que eu queria ficar sempre. Você me conhece, eu preciso ver as coisas por mim mesmo, e eu sempre me arrependo, nada que eu digo pode ser levado muito à sério. Você sabe, isso acontece desde que eu tenho 7 anos!
- Bingo bobalhão, idade mental não importa mais quando se tem 17. Cressa e seja feliz com a sua vida, me esquece. Me deixe seguir a minha, ser feliz, não quero ser sua amiga. Preste atenção nos seus atos e deixe-me seguir em frente. Sei que posso fazer isso sozinha.
- E eu? Como vou viver sem você?
- Muitas meninas serão como reabilitação para você. Sinta-se a vontade para beijar quem bem entender.
Melanie voltou para a rua que ela estava seguindo e assim fez Josh. Se era o que ela queria, ele iria seguir em frente, sem falar mais com ela. Não era o que ele queria, e nem era mentira nada do que dissera, mas não queria fazer ninguém ver que ele ainda gostava dela. E afinal ele ainda era um homem a zelar, e com certeza, algumas novas namoradas o fariam bem. Melanie o conhecia bem demais.
Os dois olharam para o passado que haviam deixado para trás naquela tarde com pesar. Um pelo tempo gasto e o outro pelo tempo disperdiçado. Dar valor ao outro e a si mesmo era uma das coisas principais na trilha para a felicidade de ambos. E o caminho era longo demais, mas com certeza eles chegariam lá, sozinhos ou não. Mas isso, só o destino pode fazer.

Sem muito o que falar a não ser em como eu ando vendo coisas fofas demais e por todos os lados. Inspiração é o que não falta num mundo hoje em que amor é uma coisa muito mais bonita.

sábado, 23 de abril de 2011

Era uma adolescente e a escolha do futuro.

Oito, nove, dez. Lá ia eu, atrás da realidade que tive que construir às preces de uma crise de identidade. Não sabia o que eu iria vestir para ir à e escola e as pessoas estavam me pressionando para saber o que eu iria querer fazer pelo resto da vida. Quero dizer, quando se tem 17 anos você quer alguma coisa que lhe dê prazer em fazer, mas você tem que pensar também em ter dinheiro. Pode ser que não compra felicidade, mas compra sim saúde e bem estar.
Estava eu, com todos os meus livros em cima da cama e eu não sabia mais o que fazer com medo e nervosismo excessivo perante as vésperas do vestibular. Estudei como uma condenada e me vi conseguindo achar uma resposta plausível para todas as questões. Aliviada cheguei ao fim do livro que eu chamava de prova com satisfação em te-lo lido por completo. A redação tinha um tema sugestivo, as imagens do mundo. Soltei o verbo, ou a mão nesse caso. E disse em como a vida hoje é representada de maneira fútil e abstrata.
Chegando em casa revirei todos os meus livros e reli todos com um lápis à mão, sendo eu mesma a editora de cada um deles, com as minhas partes preferidas e as irrelevantes. Levei alguns minutos para perceber o quanto era aquilo que me fazia feliz. Pois bem, passei na faculdade que meus pais tanto queriam e me esforçava ao máximo. Mas quando vampiros com sangue e suas guerras contra os espíritos de suas vidas não saiam de minha cabeça vi que eu deveria por tudo isso pra fora.
Escrevi por dia seguintes, e então em uma incessante vitória eu consegui que algumas editoras lessem o que eu escrevia. E acharam semelhante, cópia e parado. Eu não gostei. Reli meu texto e acha que estava tudo sempre do jeito que eu tinha imaginado. As imagens na minha cabeça estavam ali descritas, como aquilo poderia estar errado?
Desisti por medo de que eu fosse somente uma perda de tempo ficar vivendo um sonho de criança. Voltei-me a faculdade e me apaixonei. Com o amor perdido, dei-nos um livro, mas nós merecíamos sim um final feliz. No fim encontrei meu primeiro livro. Era tudo tão amador, tão detalhado com a minha visão sem conhecimento de mundo.
Reescrevi sendo a editora dele mesmo, colocando palavras e destacando os meus trechos preferidos, e me vi aceita em uma editora. Um livro publicado, meu nome na capa e minhas imagens representadas em palavras.
Vivo da inspiração e vivencia dos outros. Eu escrevo com as idéias mandadas para mim por fãs, porque minha inspiração acaba na esquina em que eu parei por enquanto. E eu posso imaginar a esquina da vida de todos eles quando me contam, o que é maravilhoso. Inspirador. Lindo é o que todo aquele escritor faz, escreve o que conhece e o que desconhece com a maestria de quem domina o mais lindo dos dons. A criatividade.

Mais uma pauta para o Bloínques, mas desta vez eu só fiz por capricho, porque eu realmente tenho esse sonho de menina de publicar um livro. Haja imaginação, não? Mas o tema de redação escrito, realmente aconteceu na Fuvest e esta história de dar a nós um final feliz é de um filme, chamado Suburban Girl muito bom por sinal. Quanta referência, eu sei, mas como disse Samuel Johson:"A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro". Irei parar de falar, é só que estou feliz por escrever de novo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A bicicleta com asas.

A vida não fazia mais tanto sentido. Estava catatônica, sem vontade e nem vida. A vida, aliás, havia me abandonado junto com o que eu tinha entregado para mais um qualquer que tinha passado na minha vida. Mais um qualquer é um jeito muito irônico de chamar o amor da sua vida, pelo menos é como te chamo agora.
Depois que você me deixou sem motivo aparente, sem beijos ardentes e despedidas que servem como reconciliações eu não faço nada. Não tenho a força feminista que tanto prego, não vivo sem você. Nada mais que a verdade. Sinto falta de ver-te em minha volta diária, em teu jeito tão singelo e humilde, gritante em meio a todos os outros.
Falso jeito que olhava pra mim todas as vezes que eu passava ao teu lado e você virava o rosto como quem está com vergonha porque nossas mãos se roçavam e você sabia que aquilo me dava arrepios. E você sabia tudo de mim. Do meu colar de ouro sempre pendurado em meu pescoço e do jeito como eu adorava andar na garupa de tua bicicleta. Na garupa de tuas asas, anjo.
Você se foi, sem nada pra me deixar como prova que tudo não tinha passado de um sonho. Eu só tinha memórias, que não passavam de sonhos que eu vivi. Ah sonhos. Como eu sentia falta de você, anjo de natureza visível tão presente em minhas ações mesmo agora que você se foi. Seu beijo, meu desejo. Lembra-se de todas as músicas que te dediquei e em como eu era apaixonada por ti? Só eu serei tua sempre, apaixonada eternamente. Só não quero me prender a ti sem você estar mais aqui.
Ainda era noite quando o homem da bicicleta bateu à porta. Com resmungo baixo levantei do sofá em que fingia que estava aproveitando o programa que passava na televisão com o meu pai e atendi a porta. Teu sorriso e o jeito como limpava os pés no tapete, como o cabelo um pouco molhado pela chuva que tomou vindo à minha casa. O sorriso que eu tanto senti falta e o calor que me veio dele.
- Posso entrar? Tenho tanto a te contar. - E a feminista dentro de mim foi deixada de lado, e disse que sim, com sorriso nos olhos, e medo de estar me iludindo. Uma parte de mim já estava acreditando que essa visita um dia poderia se tornar em casamento. Mal sabia a outra, que a primeira estava totalmente correta.

Apesar de já ter vindo aqui a menos de uma semana, eu estou de volta. Sempre quis fazer uma pauta para algum tipo de projeto de blog, mas eu nunca achava algum que me interessava totalmente. E dim, dim, dim, dim, dim!, temos um vencedor, rs. Pauta para o Bloínques
Vencedor da edição 63º de Histórias/Contos - Bloínques

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Caríssimo você,

Não quero falar do passado, isso aqui é pra deixar o passado pra trás. Olhar para o infinito de nossa futura existência e ter certeza que eu não vou me arrepender. É medo de ser infeliz olhando para o ontem. Eu e essa minha mania de não se concentrar no agora, era sempre ou o futuro ou o passado. Me decidi, acredita? Que eu vou pensar no futuro quando estiver deitada na cama, sem medo de me iludir e no outro dia saber que tudo aquilo não passava de um sonho.Porque eu tinha me iludido demais com você, e acabou. Não quero te fazer de vilão, porque por um ano você foi o meu salvador, mas é que a história é diferente da usual. Não foi por maldade que você me deixou, foi por outra. Resolvi que sem medo eu vou assumir que sei o verdadeiro motivo de você me deixar: é medo de ficar sozinho. Porque eu sou selvagem demais, vivida de menos. Assim como você. E essa nossa característica em comum te assustou não foi? Medo de que bobinho?, eu ia ficar sempre sendo a que iria atrás de você sempre, mas você me deixou pra trás.
Minhas congratulações, porque fez o certo. Eu era grudenta demais. E você deveria estar cansado. Porque ser protagonista não é fácil, e você tinha que viver a minha vida e a sua. Ufa! Então meus parabéns porque você conseguiu se virar bem nos papéis. Foi estranha sua desistência mais eu entendo. Eu era chata.
Esses verbos no passado estão me enfurnando. Eu nem sei por que essa carta está endereçada a você. Isso precisava sair de mim, e ficar longe para que eu esquecesse rápido: eu te amo. É sabe aquele amor de criança, paixão louca que cresce. Formiga a pele, o nosso beijo era mágico e eu sonhava um dia em dormir numa cama com você. Ah como eu sonhava. De novo, no passado.
Passou, passado, duas semanas. Fim. O tempo cronológico não é nada comparado ao psicológico, isso estava acontecendo há tanto tempo, e nós fingimos que o mundo eram flores e a gente estava no verão. Sínicos. Egoístas. E você tirou a sorte grande porque achou alguém pra me substituir antes.
Hoje você é feliz, - eu finalmente estou chegando no tempo verbal que eu queria - você parece achar que eu vou te esperar e que eu joguei a antiga eu pela janela, porque ela me lembrava demais você. A eu moldada e perfumada por você. Pensou errado.
A minha versão por você é tão melhor que a por mim. Mais mulher, menos criança. Mais madura, ela aprendeu a sofrer. E eu adicionei algumas coisas a ela, agora ela gosta de não se importar muito com quem não se importa com ela. Remete-se aos melhores amigos com um tom de admiração incomparável. E ela ainda lembra a antiga eu, com aquele sorriso neutro e com o olhar profundo.
Voltou pra casa, tirou suas coisas dela. Rápido e quase mortal. Como faca nos pulsos, na direção correta. Anos psicológicos na reabilitação, e aqui estou eu. Colocando-te no passado com uma facilidade quase que inacreditável. Mas como eu li por ai, agora não são mais feridas abertas, são só cicatrizes que vão incomodar às vezes, mas que vai passar.
Eu tenho amigos, e tenho nossas memórias. Nada foi vivido com medo e eu não me arrependo. Valeu pra aprender a deixar de ser boba e a amar. Pra gostar de mim. E de você, como eu gostei de você. Do seu sorriso, o jeito de me beijar e dizer que me amava. Ah como eu gostei de você. Dói, mas não minto. Pela consideração ao meu melhor amigo que me entendia tanto. Ele, não você.
O seu antigo eu, era para a antiga eu. Porque agora a gente é diferente demais para sermos alguma coisa. Eu sei que eu fui mais uma para o seu novo você, e que ela será mais outra. Mas enquanto você procura à próxima, eu procuro o meu."

Sumida, aparecida. Eu nem sei mais o que eu sou. Só que eu to de volta. Com vontade imensa de escrever, não que isso seja sinônimo de textos bons. Só que escritos com vontade. Ah que saudade disso aqui tudo. E os blogs estão cada vez mais bem escritos, ai se todos virarem livros serei uma adulta feliz em ter tantos livros brasileiros em minha estante. Quanto blá, blá, blá! Chega, haha.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Presente futuro, futuro passado, passado presente.



A gente cresce, é verdade, mas antes de crescer a gente quer desaparecer com aquela outra pessoa que a gente costumava parecer antes. Sempre que via todos aqueles filmes Hollywoodianos eu pensava a mesma coisa "e se o meu passado vier atras de mim algum dia? O que será que ele irá dizer pra mim?" A verdade é que eu sei que o que eu vou dizer pra ele: não me arrependo de nenhuma vírgula que como pingo de suor deixei escapar por entre ti.
É que a gente muda, e não é sempre que todos vão seguir a gente pra nosso próxima etapa da vida. Deve ser como se a gente fosse afunilando, e deixando somente aqueles que nos fazem bem. Deve ser por isso que gente mais velha tem menos amigos. O deve ser faz parte das dúvidas que todos nós temos por entre essas etapas da vida.
Você é carente e a sociedade te induz a achar alguém em quem você se espelhe tanto que viver sem aquele teu ombro fica impossível. Acho que as pessoas chamam de almas gêmeas, pessoas que sabem elevar seus batimentos cardíacos e sabem te fazer sorrir com os olhos. Essas pessoas tem dons que só a gente sabe reconhecer. Só a gente deve enxergar. E aquele ser desprezível, se torna plausível e então você torce pra que ele continue a caminhada do teu lado amanhã.
O desabafo sem fundamento, nem pé, nem cabeça é também sem motivo. Um pedido de socorro em silêncio. Estava me perdendo, e com muito orgulho e cabeça alta repito do orgulho do meu passado. Só não quero ele de volta. Serviu para mim aprender, para as pessoas verem a diferença, não serve mais. Estou assustada, com medo. E se o hoje, for me assombrar amanhã? Será que eu tenho que me preparar para o amanhã ou viver o hoje? A vida é cheia de pontos de interrogação, que como gotas de suor a gente deixa escapar por entre as etapas.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Caro ladrão de corações,

Você roubou minha mania de ficar com a boca aberta enquanto eu assistia tv, porque eu nem mais assistia. Você dizia que eu nunca tinha tempo pra você, mas eu não tinha mais tempo nem pra mim. Larguei tudo que eu tinha só para te mostrar o quanto você era importante e você me diz que não faz mais diferença eu estar do seu lado ou não.
Quando você diz que tudo não passou de uma fase, não tenho reação. Então tudo o que eu abandonei, o que eu esqueci e o que eu recusei foram uma fase? Uma pequena, e insignificante fase. Uma parte passageira. Eu tinha planos e desejos, você os roubou também.
Eu não sabia mais como agir, como sorrir. Imaginei que você estaria do meu lado quando alguém me deixasse assim, mas nunca pensei que esse alguém seria você. Essa mensagem é só para te deixar ciente de tudo que aconteceu enquanto você fechava os olhos para os sorrisos que eu deixava na sua estrada. Eu não consigo mais recupera-los.
E por mim minhas pegadas continuariam do lado das suas por muito tempo, mas você se mostrou disposto a apagar todas as que eu deixei. Eu sugiro que faça isso sozinho, porque até a minha vontade você roubou.

Sumida, eu sei. Não me matem. O texto é quase auto-explicativo. Eu meio que esqueci de tudo porque eu só tenho atenção para um menino (mas as coisas não estão ruins, muito pelo contrário). Mas é só enquanto o fogo está descontrolado, já estou aprendendo a controla-lo. E eu voltei, e prometo não ficar mais quatro semanas sem postar. Nossa, quatro semanas? Em fim, eu prometo não abandonar mais nada por ele. (Quando eu leio isso hoje, eu penso porque eu larguei tudo por ele.)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ah, o amor.

Fazia um frio que pinicava a pele de Samantha, enquanto ela observava os passáros em seus voos perfeitos, em que não há nem se quer uma asa fora do lugar, onde o vento os leva para o lugar certo. Seria assim com o amor dela também? Ela sabia ter tanto a oferecer, ela sabia ter um amor incondicional, um amor merecido da junção das palavras "eu te amo", um amor verdadeiro.
Samantha sabia exatamente o que dizer e quando dizer, ela diria "não" quando estaria berrando um "sim" em sua cabeça, ela era manipuladora. Ela é especial. Era o que seu irmão lhe dizia todo dia com um beijo na testa e uma promessa de volta, ela esperava. Esperar era o que Samantha sempre fazia, durante tantos dias, durante toda a sua vida. Ela esperava por mudanças, esperava pelo irmão esperava pelo amor.
Samantha tinha amor para destribuir, por tudo que ela queria e quis, ela precisava de alguém que morresse por ela e que ela faria a mesma coisa por ele, ela queria tanto um alguém para lhe explicar que tudo o que ela acreditava era errado e que um dia ela iria sim encontrar um amor para vida toda, que ele estava ali e que seria eterno.
Samantha pensava em tantas coisas que sua cabeça as vezes se atolava, e ela não sabia mais o que fazer, como agir, ela confundia os caminhos e acabou tropeçando em pedras pelo caminho em que escolheu. Pensou em voltar, mas só de lembrar de todas as pedras que ela demorou tanto para burlar, ela continuava seguindo.
Pé ante pé, com os dedos apertados em um palmo que ela mesma não teria coragem de soltar, contava as respirações, os passáros, as árvores, para ver se aquela sensação arrasadora passava, quem sabe ela conseguisse enxergar alguma coisa quando isso passasse. O fogo que começava em seu estômago agora estava em seu coração, chegando a seu cérebro, ela não estava entendo o que era tudo aquilo, não entendia de onde viria tanta fúria, tanto ódio da espera. Sem visão e já dominada ela caiu.
E então ela conseguiu ver, havia um penhasco, logo a sua frente, onde ela não conseguia destinguir onde ele acabaria, e nem se acabaria. Ela entendeu o que estava fazendo, o que estava perdendo esperando, sentiu os olhos lhe perfurando as costas e os passos apressados em sua direção. E correu o mais rápido que pode, Samantha corria até sua garganta doer para se engolir a saliva, até ela ter certeza de que era impossível se escutar a respiração da culpa logo atrás dela. Fugiu da culpa, da responsabilidade e de todas as pedras, Samantha não sabia o que viria depois, só sabia que tinha encontrado a coragem no meio do caminho e que a usaria, e que conquistaria o que estava logo ali a frente. Ela se sentiu pronta, sentiu o que viria pela frente, suspirou e deu um passo a frente. O amor.
Ela é linda.