quarta-feira, 24 de março de 2010

Reorganizando as coisas

Hoje eu chorei. E ontem eu também chorei. Tenho chorado bastante pensando bem. Muito para os dias de hoje, eu nunca vi alguém chorando. É uma coisa exclusiva. Chorei pelo que não fui; pelo que fui e não sou mais e pelo que nunca vou ser. Chorei por ter desperdiçado oportunidades, e ter agarrado o que não devia. Só chorei. Queria que todos soubessem o que se passa aqui dentro. Que há um redemoinho gigantesco, ele parece misturar tudo, e então eu não encontro mais os sorrisos felizes e os fingidos, e sem querer eu os troco e coloco em horas erradas.
Achei que iria aparecer alguém para limpar tudo isso pra mim, todo mundo chama de grande amor. Eu o procurei, de verdade, eu mergulhava no olhar de muitos que eu encontrei por ai, e mesmo de quem eu já havia mergulhado, procurei por qualquer que me interessasse novamente. Eu não achei nada em ninguém. Mas a bagunça estava demasiada, eu precisava de alguém que pelo menos colocasse as coisas dentro das gavetas novamente. Não precisava organizar, só botar em ordem já estava ótimo para mim. E apareceram pessoas que pareciam se interessar em fazer isso. Eu me entreguei a elas, a um número muito grande "delas". Nenhuma nem se quer deixou alguma coisa nova em minhas gavetas. Nada.
Eu gastei tempo e sorrisos que eu deveria ter guardado para essa pessoa que viria arrumar tudo. Mesmo depois disso eu me recarregava em noites perturbadas e ia a procura de alguém que pelo menos deixasse um sentido para aquela bagunça continuar ali. Só precisava deixar uma promessa de arrumar um dia, eu me contentaria. Mas nem isso fizeram. Toda vez que eu olhava para toda aquela bagunça determinada a arrumar aquilo tudo, eu dava as costas certa de que alguém ia arrumar um dia. E eu encontrei. Bruno. Ele deixou tudo em ordem, até reescreveu umas histórias com seu ponto de vista, com seu olhar embutido. Eu estava feliz, estava tudo no lugar como alguém havia me explicado que aconteceria. Não consegui entender o Bruno. Ele demorou tanto para arrumar toda aquela bagunça, demorou mais ainda para conseguir a permissão para arrumá-la. Recebeu a permissão para entrar no meu coração, na minha vida, na minha história. Ai, ele bagunçou tudo, disse obrigado pela hospedagem, e precisava ir, que quando voltasse a gente ia conversar.
O Bruno foi e eu esperei que ele voltasse. A bagunça acumulava, as músicas no rádio eram dedilhadas por nossos sonhos. Mas ele quebrou. Tudo só aumentou, com as pessoas que entravam e deixavam alguma coisa, e por quem entrava e tirava alguma coisa que alguém tinha deixado meio que arrumado. Ninguém fazia direito.A bagunça me cansou, e em uma tarde eu estava deitada na minha cama arrumando minha bagunça interna. Eram tantos momentos, revivi todos pela segunda vez. Pontuando erros e acertos, vibrando com vitórias e chorando com derrotas. Eu arrumei tudo, por ordem, por acontecimento. Tinham caixas que eu deixava no fundo do esquecimento, assim eu só iria lá quando precisasse mesmo reviver alguma coisa pra esquecer o presente. Ontem eu fui. Lá tinha alguma coisa ditada por mim, a muito tempo. Uma amiga tinha deixado para mim, ela me trouxe o passado diferente do que vejo. Estava escrito:
"De-me uma pessoa que nunca riu para não chorar contrariando seu ego! Hoje pode ser você, mas já já pode ser nós, ela, ninguém, aquela.... Menina, acredite, você vai passar por fases, espero que lembre-se de mim quando perceber que já enfrentou uma inteira. Eu estarei comemorando sua vitória em algum lugar. Você conseguiu, parabéns por fazer tudo tão humano. Você errou, assumiu. Agora você é criança matura. Vai viver essa fase da tua vida que quando você vencer essa a gente comemora de novo".
Sorri. Não pensava no Bruno desde que conversamos pela última vez, a alguns meses. Nessa bagunça toda tem tanta risada dele, as marcas de seu tênis por alguns papéis, o cheiro do seu perfume acumulado em alguns cantos com pouco vento. Ele está tão invisível que pareceu nem existir, eu ainda consigo lembrar dele, vagamente. Não faz sentido desarrumar tudo procurando onde erramos para concertar. Eu sei onde foi, erramos quando ele bagunçou isso aqui tudo antes de ir. Não vou cometer teu erro, Bruno.

Pessoas, então? Isso é mais um Refúgio! Realmente aconteceu comigo, e depois de um ano eu deixei tudo fluir, escrevi TUDO. Aqui está querido, o que você deixou em mim está guardado em cada vírgula desse texto. Imagino que não se importe não é? A partir de publicado, você faz parte do meu passado. Como se ele fosse ler isso, de qualquer jeito. Pessoas, eu não consigo comentar no blog de muita gente por causa da confirmação das letras que não aparece completa. Me perdoem. Um beijo para todas.

13 comentários:

Sylvia Araujo disse...

Não adianta na vida esperarmos por alguém que nos coloque em ordem. É dentro que estão as gavetas, e depende de nós saber o que vale e o que não vale ser arquivado. Algumas coisas merecem lixo, pra que outras novas e bem vivas possam tomar seu lugar. Outras, as que merecem sorriso de saudade boa, de vontade, merecem ficar. Mas não em gavetas empoeiradas, mas na cortiça do peito!

Uma beijoca pra você

bells disse...

De todos seus desabafos, esse é o melhor, de todas as suas palavras, que eu tenho inveja cada vez que leio, que eu sorrio a cada frase em ler, enfim você bem sabe que eu babo por TODOS os seus textos, mas esse eu me apaixonei total.
aaah diva, diva, diva, eu te odeio!
-nnn
bjbj:*

Ju Fuzetto disse...

Adorei seu cantinho!!!

Escreves com o coração saltando pela boca!!!

Um beijo e linda quinta-feira pra vc!!

Leticia Velasco Tate disse...

oiie ^^, amei o seu post! e acho que sonos meio parecidadas...
Desejo: passar um fim de semana só vendo House
Vício: -
Música: White Horse
Livro: Diário do vampiro
Cor: Amarelo
Filme: Alice no País das Maravilhas
Frase: temos que acreditar
Três palavras: paramore, perda, desabafo

Nicole Freixo disse...

MEEEU DEEEEEUS, GIO, QUE LINDO FOI ISSO *--*
parabéns pela coragem de se expor assim e de ter tomado a decisão de deixar tudo pra trás, é difícil, mas vale a pena no final :)
ah, o texto tá incrível, muito bom, mesmo, acho que é meu preferido rs ;*

Day D. disse...

Lindo! Amei, de verdade. Foi tão triste, mas tão verdadeiro (: Adoro tudo, Gi :*

Ju Fuzetto disse...

Flor!!!

Obrigada pela visita viu!! adorei vc lá no meu cantinho!!!

Tô passando novamente pra desejar um lindo final de semana!!!


beijocas

O que elas estao lendo!? disse...

Faremos um sorteio no blog. Passe por lá para saber como e quando. E faca a sua inscricao para poder participar.

Abracos

Anônimo disse...

Ain Gih, que lindo esse seu refúgio. Eu passei por algo assim e sofri, nossa como sofri, mas agora como você disse é algo do passado e amadureci. A vida trás lições para você e você de uma forma ou de outra, precisa aprender com elas, não é?
Vcê escreve TÃO bem, já disse isso néh? UASHAUSHASU' (:
beijos :*

Maísa Guimarães disse...

ameei suas palavras doces e ao msmo tmpo duras '
passa no meeu , adooro seu blog
beeijos '

Flavia C. disse...

Cada vez mais,você faz textos melhores e mais tocantes! Me identifico MUUITO!

PS: fiz um agradecimento especial pra você no meu blog :) De coração, foi essencial pra eu voltar a escrever. Muito obrigada!

carolina disse...

Nossa,que perfeito! *-* Adorei.

E seu blog também. Muito fofo :}

Emi disse...

Flooor, querida, obrigada pelo comentário!! Nossa, fiquei tão feliz com o que disse!
Olha, lendo seu texto, que por sinal está maravilhoso, me lembrei de um trecho de uma música da Bethany Joy Lenz: ''E estou pondo em ordem essa bagunça divina que eu fiz.''
Flor, tente por em ordem você mesma esta bagunça. Acho que ninguém melhor do que você se conhece, e sabe dos seus limites ou simplesmente 'não-limites' como eu sempre digo. Sei como é difícil, sei bem disso! Mas vale tentar de tudo para que nosso coração esteja sempre bem!
Boa sooorte, e apareça sempre lá, viu? Adorei sua visita e comentário!
Tô te seguiiindoo, seu blog é maravilhoso! ;)
Beijoos!