
A próxima a entrar era uma menina, seguida de um menino loiro dos olhos pequenos e assim foi durante a tarde toda. Todos os meninos e meninas entravam e faziam a prova com suas dificuldades e suas dúvidas, me arrisquei algumas vezes a entender a personalidade dos participantes daquelas provas que eu estava aplicando. A última participante havia dito que estava atrasada e que ia demorar, esperei lendo minha revista preferida. Será ela iria demorar muito? Se sim, iria embora e ela que voltasse outro dia, outra hora, ou nem voltasse.
- Desculpe o atraso, a chuva me pegou no meio do caminho e tive que comprar um guarda-chuva, bom, esquece. Podemos começar? - ela entrou na sala sacudindo o guarda-chuva e arrumando o cabelo preto presa em um rabo-de-cavalo bem feito. Deslizei meu pé para debaixo da mesa e comecei a fazer as perguntas padrões:
- A prova pode ser feita em forma oral ou escrita.
- Escrita por favor, - ela já estava com um estojo pequeno sobre a mesa enquanto acrescentava - eu me expresso melhor pela escrita. - Um sorriso rápido brincou em seu rosto, mas rapidamente a concentração atingiu seus olhos e suas feições ficaram sérias. Eu a entreguei em sem palavras e ela fez sem perguntas.
A menina tinha uma mão pequena e feminina, segurava o lápis com firmeza e determinação, havia uma insistente mexa de seu cabelo que caia sobre seus olhos e sempre o colocava para trás com um suspiro. Ela parecia tão frágil, a menina... Como era seu nome? Clarissa constava na fixa, e fiquei procurando se ela tinha nome de Clarissa. A curva de seu rosto era em formato de C e com certeza ela tinha a força do R, mas era frágil quanto a um dos esse's e precisava se apoiar no outro, havia uma saudade no fundo dos olhos dela, como os dois separados a's e finalmente, a singularidade do I. Então, senti uma atração por ela, como era possível eu querer abraçá-la e beijá-la até aquela dor que parecia haver em como ela mexia os lábios cessar, até ela parecer mais feliz.
- Bom, muito obrigada por ter me esperado - ela disse já entregando a prova, tão rápido e tão mulher, me tirando de meu raciocínio. Não podia deixa-la de ir embora.
- Quer esperar a nota sair? Quem sabe a chuva não parou até lá.
Ela pareceu sorrir com os olhos, mas se manteve fria e se sentou apenas com um acenar de cabeça. Sentia seus olhos me perfurarem minhas costas enquanto corrigia suas costas, será que estava sentindo o que eu estava sentindo? Virei para ela que sorrio ao em vez de se sentir envergonhada.
- Parabéns. - lhe entreguei a folha com seu resultado e o orgulho inundou a sala. - Que tal eu lhe dar uma carona? Não se preocupe levo aonde você quiser.
- Claro, eu moro logo ali do lado, a umas 5 quadras. - O que aquela menina estava pensando? Eu podia fazer mal a ela, quase lhe dei uma bronca ali, ela parecia tão mais nova que eu, apesar de não ser, eu precisava protegê-la. Mas só de saber que iria ficar sozinha e saber onde ela morava, já era um alívio.
4 comentários:
Adorei o texto. Você escreve muito bem! *-*
aiin adooro suas historias
tao reais
ahsahshas
Não importa, se falam que amam suas historias porque eu amo muito mais, elas são as fontes da minha inspiração hihi (: bj bj :*
que lindo *-* muito fofo... adorei gios :*
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